Hoje, porém, o desafio se intensifica. Às comunidades palestinas na América Latina se pede mais do que a preservação das tradições e a nostalgia de sua terra natal perdida. Exige-se delas unidade política e cultural para contrapor-se à narrativa dominante do sionismo, uma organização sólida para influenciar a vida política e midiática de seus países de residência e, acima de tudo, um compromisso ativo com a resistência em todas as suas dimensões: cultural, diplomática, social e acadêmica.
O chamado é claro: eventos comemorativos isolados e a manutenção de costumes não bastam. Os tempos atuais exigem que levantemos nossas vozes nos parlamentos, construamos redes de advocacy em universidades, na imprensa e em organizações sociais. Implica também construir pontes com outras causas latino-americanas de dignidade e soberania, para forjar uma agenda comum que denuncie o colonialismo e defenda o direito dos povos de existirem livremente.
O sionismo avança não apenas na Palestina, mas também na construção da mídia global e do poder político. Diante disso, as comunidades palestinas na América Latina têm a missão de resgatar a verdade histórica, de lembrar que a Palestina não é uma causa estrangeira, mas uma luta universal por justiça.
O que se pede é muito, mas também é uma oportunidade: que a diáspora se torne uma força motriz de consciência e uma voz firme que acompanhe a resistência em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém. Ela não deve se limitar a observar, mas sim atuar como embaixadora de um povo que, apesar de tudo, não deixou de existir nem de lutar.
Editorial da União Palestina da América Latina - UPAL
26/08/2025
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